Arquivos de maio 2020

Poesia!

Trago suspensa nos lábios a palavra poesia. Trago, na ponta dos dedos, todos os versos por escrever. Nos olhos, trago estrofes, métricas, rimas e tercetos. Tantas quadras de ilusão que na forma nunca rimam, mas que enquadram um sentir vasto e profundo, cheio de percalços no caminho, à beira de um abismo. Existo para sofrer …

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Métrica!

Acerta a tua voz pelo rigor da ternura acerta o coração pela violência do grito acerta o teu olhar pelas lágrimas da vida e não pelo discurso, pelo relógio, pelo apito que, milimetricamente, marca a hora certa da entrada e da saída.

Infinito!

Quero alcançar os sonhos, ultrapassar limites, ir ao fim do mundo Em um mergulhar profundo. E, se o inatingível me permite, cruzar a linha do horizonte, atravessar a ponte que une o infinito aonde o sol se esconde. Quero vestir toda a magia, fazer estripulia, abusar da fantasia e em um voo inusitado ver versos …

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Vazio!

Bate-me a solidão. Não sei se vem com o vento, com o tempo, a contratempo, ou mora em mim. Com ela o insano desejo de tardias realizações como se ainda fosse tempo de fantasiar ilusões. Que desejo permanece se o ensejo enfraquece quando se chega ao epílogo e só cabe o fim? Desejo feito de …

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Retrato de Mãe!

Diáfana era aquela luz. Lembrava vida, que em teu ventre havia. Mãe, mulher, Maria! Cristalizaram-se as águas, Puras, límpidas, pacatas. De imenso brilho a manhã surgia. Essência de amor personificada exalando aroma intenso, de incenso, de alvorada. A paz sacramentou o mundo, momento sagrado, fecundo. Em uníssonos, sons pianíssimos, cânticos e hinos, apaziguadores, vindos do …

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Amor de mãe!

Fala-me com doçura. Necessito embalar-me em tua paz. Momentos de brandura, que só tua presença traz. Ajuda-me a renascer. Já morri tantas vezes. Ensina-me a viver. Quero voltar a crer. Abraça-me com ternura e no mesmo compasso da mesma emoção, sejamos um só coração. Afasta-me dos medos, sombras e fantasmas que impedem meus passos, sufocando …

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Lamento!

Lamento pelo inconcebível, pelo incabível, pelo que poderia ser e não foi, pelo que foi e não se pôde mudar. Pelo desamor, pelo botão de flor, pelo não desabrochar. Lamento a inocência perdida, imagem denegrida arremessada, distorcida, cotidiano da vida. Lamento pelo vandalismo, pelo desprezível e insano cenário de desafeto humano. Lamento pela fome doída, …

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Crepúsculo!

Observo o crepúsculo: perco-me em cores, lanço-me ao infinito retiro-me do mundo em alma e pensamento que, ao corpo se fundem, numa leveza irreal. Esqueço o que é finito no encontro com o surreal, tonalidades múltiplas ofertadas pelo céu. Misticismo que palpita, magia que convida a repensar a vida, revertendo o papel a viver o …

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Peregrinação!

Vamos sair. Andar a esmo sem o tempo a perseguir, o tique-taque dos minutos feito bomba-relógio prestes a explodir. E mesmo não sabendo onde ir sigamos qualquer direção, por ali, por lá, mais além. Sem porém. Ouçamos a emoção, bússola na peregrinação das incertezas de se chegar. Nosso olhar falará por nós, guardemos na alma …

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Verdor que salta!

Inminencia, celeste inminencia de días que son pájaros, de pájaros que son venas. Frescas corolas que se imantan más allá de mi abismo. Un ritmo aparte que mitiga la ausencia en que me hallo. Algo como un dolor que acorta la distancia del cielo. Tendré un nuevo ser. Un ritmo cenital que me hace libre …

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