Sou do vento,
do tempo,
dos antigos cheiros.
Amante do sol,
das terras perdidas,
parte das batalhas
das guerras pagãs.
Quero as essências!
Alquimias sagradas,
profanos versos
dos sangues pisados.
Rubros!
Rubros!
Sou parte das brumas.
Feitiços violados,
das bruxas,
sou dona.
Vermelho!
Vermelho!
Das paixões internas,
dos conflitos profanos,
das canções, razão;
das profecias, certeza.
Parte das preces
quando ouço dos sinos,
o dobrar.
Sou feita de horas!
Infinito tempo.
Sorvo estrelas.
Descalça,
a terra louvo!
Feita de lua
em cada ciclo,
a prata, bebo!
Fada,
sacerdotisa,
deusa,
madona,
mulher!
Serena,
vestida ou nua:
de poemas, a pele banho;
os poros,
os sussurros,
o arquejar!
Maria Luiza Faria
mar 09 2024
Alma Antiga!
mar 08 2024
Vieste!
Eu pedi que você viesse
e trouxesse-me em seus olhos.
Sem palavras exatas,
entre os versos
e indecisões do crepúsculo,
você veio.
Trouxe- me o céu:
o seu.
Trouxe-me suas estrelas.
O firmamento inteiro
no jeito particular de definir- me,
na forma mágica de decifrar-me,
sem chegar à pele.
Eu pedi que você viesse
e trouxesse-me em seus olhos:
sem ruídos imprevistos,
entre pausas
e consentimentos das madrugadas.
Você veio.
Trouxe-me o mar:
o seu.
Trouxe-me suas marés de poesia
no jeito particular de denudar-me,
na forma mágica de descobrir-me
sem ferir a alma.
Você veio
e trouxe-me o sal do sentir.
fev 27 2024
Manhã!
“Desenha uma manhã,
ainda que imperfeita,
mas onde nos caiba
e, em ti, eu esteja!”
(M. L.)
fev 27 2024
Eu?
Eu?
Incógnita de mim.
Insolúvel teorema.
Solução e problema.
Simplicidade.
Complexidade.
Imperfeição!
Eclipse solar.
Lunar.
Total, parcial.
Penumbra!
A busca da claridade.
Não e sim.
Começo,
meio(aturdida)
e fim.
Ilha perdida.
Arquipélago da vida.
Barco à vela.
À deriva.
Onde ancorar?
Brilho do sol.
Arrebol.
Crepúsculo e cores.
Primavera.
Beija- flores.
Borboleta que sonda.
Flor que não encontra.
Eu: nó, nós.
Coluna.
Coliseu.
Amor.
Cotovia de quem descreveu.
Canto.
Dor.
Pranto.
Riso.
Acalanto.
Pergunto-me:
Onde me acho?
Em qual plano?
Oceano?
Riacho?
Ou me engano?
fev 01 2024
Recomeço!
(…)
Recomeço do agora
sem pressa,
sem hora,
vazia do ontem,
esquecida do outrora,
fechada às lembranças,
lacradas,
fincadas
no cerne baldio
do meu coração.
(…)
jan 18 2024
Fragmentos!
(…)
De repente,
a madrugada
anuncia a alvorada:
branca,
esquálida,
pálida.
Um outdoor na calçada
clareia minha inspiração.
Vejo a noite virar dia,
a lua virar sol,
melodia ser canção,
sinfonia,
arrebol
e os versos captados
de onde se pôde chegar
compõem o poema-magia:
sonhos que ainda irei sonhar.
jan 18 2024
Preciso de Tempo!
Preciso do tempo!
Devagar,
a contento,
levando-me a passo lento por cantos que nunca vi.
Que venha de encontro
ao vento e em um alento,
comigo se deixar levar:
permitir-se atrasar,
extrapolar limites,
parar os pêndulos,
calar as horas,
deixar-me passar.
Tempo bendito,
preciso,
ainda que em mar revolto,
dar-me a mão para atravessar,
atracar em qualquer porto,
acenar ao que se vai,
e a quem queira,
abraçar.
Barco torto,
sem pressa de chegar ao fim.
Em cada cais
vivermos um pouco mais,
sem o temor do calendário,
surdo a regras e sermões,
unindo-se a mim.
Cavalheiro lendário
que ousou seu senhor dissuadir,
espera um pouco mais:
quero dar vida ao imaginário,
imagens ao que compor,
cobrar o que não vivi,
devolver o que vi demais
e, após vivermos tantas marés,
cumprir seu destino,
pé ante pé,
sem acelerar as horas.
Deixe que se vão embora,
siga no controle dos dias
conduzindo à revelia
minutos cronometrados
apressados e resolutos.
Faça cada minuto durar
cada vez mais.
jan 18 2024
Fragmentos!
(…)
Caminhei lugares intransitáveis.
Ultrapassei limites
além do que o sonho permite.
Transpassei minhas finitudes,
minhas altitudes e latitudes,
estes chegares da ciência
e do avanço,
que avançam mais do que
posso e alcanço.
Nada encontrei
além das longitudes
que desbravei.
Perguntas com respostas
não contundentes.
Respostas evasivas,
não convincentes.
Ou nada de respostas!
Evasivas,
somente!
Só mentem.
(…)
jan 07 2024
Fragmento!
(…)
Faz um flashback,
recolhe do passado
os retalhos amassados,
cerzidos em sentimentos sagrados,
os seus momentos válidos
e na somatória com os de agora
recomece sua história:
junte suas asas
às do pensamento
e voe,
perdendo-se pelo arrebol.
Veja de perto o pôr do sol
e o nascer de um novo dia.
(…)