Peregrinação!

Vamos sair.
Andar a esmo
sem o tempo a perseguir,
o tique-taque dos minutos
feito bomba-relógio
prestes a explodir.
E mesmo não sabendo onde ir
sigamos qualquer direção,
por ali, por lá, mais além.
Sem porém.
Ouçamos a emoção,
bússola na peregrinação
das incertezas de se chegar.
Nosso olhar falará por nós,
guardemos na alma nossa voz.
Olhares captam o interior,
o que realmente somos.
Escrevem na linha do tempo
o tanto guardado em segredo,
as entrelinhas do enredo.
Sejamos o nosso porto
para as horas de cansaço.
Nele ancoremos entrelaçados
onde a vida fez questão de nos atar.
Vamos sem rumo.
Barcos sem orientação.
Num ir-se sem volta.
Sem revolta.
Sendo as batidas do coração.