Insana

E ela renasce a cada fase da lua
rouba-lhe o brilho
e lhe ofusca o luar.
Percorre as estrelas seu insano olhar
e penetra o negro véu,
indo além do céu.
De seus lábios,
um balbucio visceral
profetizando um tempo que jamais haverá igual.
De repente, dança em estranho ritual
e a cada passo avança,
imaginando-se normal,
tomando para si cada pedaço do espaço
sem se importar com a plateia atônita
que, aos poucos, se dispersa,
se descompassa pelos cantos
a amaldiçoar a figura lacônica.
Gira em torno de si toda sensação
como em movimento de rotação.
Pensa trazer os dias e as noites,
transladando cada estação.
Sinistra,
caminha com a lua
que some no céu
e ela na rua,
feito miragem,
deixa o cenário de ilusões e desenganos
levando consigo a magia do encanto.