Porto!

Fica muito longe o porto onde me ancorei,
distante dos mares turbulentos e frios
um porto fincado no meu silêncio 
e nas vontades guardadas.
Sim, já não se quer tanto como antes.
As lágrimas lavaram a areia dos olhos:
um cansaço do tempo.
Ainda bate um coração escasso de sonhos,
de dores que não dilaceram como antes,
hoje pulsa mais manso.
Minhas Lembranças são passarinhos ingênuos 
fazendo ninhos na tempestade.
E nos oceanos das minhas paixões,
uma maré de águas silenciosas
indiferente ao barco que carrega
viaja dentro de mim 
chegando onde preciso
e ancora nesse porto onde fiz morada.
Num mar mais tranquilo, 
numa ilha esquecida,
num porto qualquer.